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domingo, 18 de julho de 2010

Humano.

Surrupiado momento inquieto, visto do horizonte. Minha voz sem causa. Sem grave ou agudo. Uma voz oca, amassada na brisa perdida. Ordenada paisagem equilibrista do quadro geográfico: rocha coberta de limo, doce tapete azul e cabelos esvoaçando na marisia. Ondas de ouro revelando o segredo sinuoso de um pescoço. À noite, nos escombros, pedregulhos rubros e vítreos refletem meus pensamentos vulcânicos. Inanição das folhas secas sem sequer tronco seco por perto. Inanição minha, alimentado do vento e do silêncio desconfiado. Pretas letras de publicações censuradas em jornais do café da manhã, contrastadas com as pedras portuguesas no beira mar. Manu esteve aqui, diz a calma. Meu nome é um gesso que engoli ao nascer e emplastrou meu útero. Caido errado, pingando a seiva de mãe, no arenoso e movediço. Pernicioso deserto humano. Pernilongo tentaculado.

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